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Maria Thereza Ayres Dianda de Lara Campos morreu tragicamente, aos 23 anos, em 31-08-1967.

Maria Teresa Ayres Dianda, (Sub.do J. AméricaL. B-30, fls9) nascida a 07-06-1944, filha de Arturo Domingo Miguel Dianda e Izaura Ayres Foi casada com Caio Roxo de Lara Campos em 17-08-1961 em S.Paulo-SP. Caio Roxo de Lara Campos nasceu em Piracicaba-SP a 09-11-1939 e faleceu em São Paulo a 23-05-1975, sepultado no Cemitério do Araçá (L154, 3, 804.041) rua 4 terreno 3). O casal desquitou-se em 08-07-1967 com dois filhos, Roberta Dianda de Lara Campos e Marisa Dianda de Lara Campos. A menos de dois meses após a separação, Maria Tereza teve morte trágica, sendo (assassinada por assaltantes ?) no Km 43 da Via Anchieta em 31-08-1967, aos 23 anos. Reportagem do jornal O Estado de São Paulo 31/03/1967 

 

Maria Teresa Ayres Dianda , rica, bonita, dois filhos, foi encontrada morta com um tiro na cabeça dentro de seu carro, em 31 de março de 1967, no km 43 da VIA ANCHIETA. O carro bateu na grade de proteção de estrada e parou numa mureta. A polícia, após dois meses de investigação, passou a sustentar que ela se matara. A tese, porém, não era defendida pelo promotor José Salomão Auker, que trabalhava na 3ª Vara Criminal, de Santos. Para ele, Maria Teresa tinha sido assassinada. O depoimento de uma cabeleireira reforçou o argumento do promotor. Nada ficou comprovado. A arma do crime jamais foi encontrada. Quatro anos depois da morte, o inquérito foi arquivado com a interrogação: Homicídio ou Suicídio?

Maria Teresa Dianda de Lara Campos era uma jovem que possuía tudo para ser feliz, embora fosse desquitada. Era mãe de duas lindas crianças. Bonita, jovem, rica, era requisitada por todos que com ela conviviam. Adorada pelos pais. pelos parentes e amigos, Maria Teresa não carregava consigo um só motivo que pudesse determinar sua auto determinação. Trabalhava com o pai, na rua XV de Novembro, onde se esforçava para produzir o máximo que sua Inteligência, sempre arguta, lhe permitia. Amiga e atenciosa para com todos que a cercavam, nunca, em época alguma, deixou transparecer que um dia seria capaz de fracassar diante de qualquer problema. Ela os enfrentava com coragem e com inteligência. 



A MORTE DE MARIA TERESA Numa sexta-feira à tarde, Maria Teresa saiu do trabalho, dirigiu-se à sua residência, apanhou um "mailot" um par de sapatos baixos, alguns outros objetos e, no carro de propriedade da firma do seu pai, tendo na bolsa pouco mais de quatro mil cruzeiros velhos e dirigiu-se para Santos. Na altura do quilômetro 43 o carro em que se encontrava foi de encontro à murada do "precipício das noivas", onde bateu vlolentamente. Socorrida por varias pessoas, Maria Teresa, gravemente ferida, foi levada a Santa Casa de Misericórdia de Santos, onde, minutos depois, faleceu. 

 


Levada ao Instituto Medico Legal

para a devida necropsia, verificou- se

que ela não tinha sido vitima de um

desastre de automóvel, isto porque sua

morte tinha sido causada por um projétil

de arma de fogo.

O médico legista constatou que Maria

Teresa possuía uma perfuração de bala

na altura do frontal direito com salda do lado esquerdo. 

 

 


O CARRO E A ARMA - O fato, constatado pelo medico legista, foi levado ao conhecimento do delegado Paulo Novais de Paula Santos, então delegado de' Policia de Cubatão, para onde o inquérito erroneamente, foi encaminhado. uma vez que o carro de Maria Teresa tinha batido na murada de cimento era do município de São Bernardo do Campo e não no de Cubatão. Na manhã de domingo, após a ocorrência, a reportagem dirigiu-se a Cubatão, onde acabou verificando que as investigações em torno da morte de Maria Teresa não tinham sido iniciadas. Constatou contudo, que além daqueles objetos descritos e que estavam em seu poder, dentro da bolsa, um mailot e um par de sapatos, havia uma carteira de dinheiro, pertences para maquilagem e uma cápsula de bala calibre 7.65 - cápsula essa inteiramente intacta. O carro de Maria Teresa fora levado para a garagem da Polícia Rodoviária, existente no quilômetro 83. 


 

Desde logo o caso fora tratado, pelas autoridades como um "simples suicídio". Ocorreu que a arma com a qual Maria Teresa deveria ter se suicidado, já que as informações adiantavam ter sido seu carro encontrado com as portas fechadas, não fora encontrada dentro do veículo, Se as portas do "Aero Willys" estavam fechadas e apenas havia uma pequena abertura no vidro da porta esquerda, por onde o projétil que matou Maria Teresa teria se perdido, onde então estaria a arma com a qual ela se suicidara, já que não foi encontrada dentro do carro? Se o veiculo estava com as portas e vidros fechados e o projétil que matou Maria Teresa, por suposição, deveria ser de uma arma automática, onde deveria estar a cápsula deflagrada? Como poderia uma pessoa matar-se tendo a mão esquerda no volante e a arma na direita, disparando contra st um "tiro impossível", tiro esse que entrou no frontal direito, ao lado do pavilhão auricular e saiu do lado esquerdo, depois de percorrer uma trajetória levemente inclinada de baixo para cima? Para essas perguntas não houve uma so explicação. O que sucedeu, contudo foi que as autoridades policiais, depois de sete dias. acabaram por encontrar, dentro do carro em que Maria Teresa foi morta, uma cápsula deflagrada de arma 7.65, alegando- se que ela tinha sido a cápsula da qual o projétil sairá para matá-la. Mas e a arma? Se a cápsula foi encontrada, evidentemente a arma também teria que estar dentro do carro. A arma desapareceu com o autor da misteriosa morte. A resposta da arma foi dada: "Fora furtada por alguém que estava entre o grupo de pessoas que primeiro chegou ao local onde Maria Teresa foi encontrada agonizante. 

 

SANGUE E FOGO

 

As autoridades policiais de Cubatão continuavam alimentando que Maria Teresa tinha se suicidado. A reportagem, contudo, não concordava com essa
essa versão.
Insistiu até que o carro de Maria Teresa fosse retirado da garagem da Policia Rodoviária
e encaminhado ao Instituto de Policia Técnica para novo exame.
Então as coisas complicaram para as autoridades
policiais que sustentavam
a tese de suicídio.
Foi constatado que o quebra-luz do carro, do lado direito, estava abaixado quando o tiro que matou Maria Teresa foi disparado.
Se o quebra-luz estava abaixado, isto dava margem a que se levantasse a hipótese de que alguém estava dentro do carro e não queria ser visto.

 

INCENDIARAM O CARRO

E as autoridades do IPT foram mais longe.
Mandaram examinar o sangue existente dentro do carro. Ficou mais ou menos definida a existência de dois tipos sangüíneos.
Um era do Maria Teresa. E o outro?
Pouco tempo depois, o carro «Aero Willys" onde ela
fora encontrada agonizante, foi incendiado dentro de, uma garagem nas proximidades de
Santo Amaro, para onde foi levado para reforma.
 
O sangue e o carro não mais poderiam ser examinados. É bem possível que, mesmo depois de feitos aqueles exames, tivesse ficado no veiculo a única prova que poderia apontar o autor do homicídio, prova essa que teria passado despercebida dos peritos
policiais.
 

 

TESTEMUNHA FALSA
 
As autoridades policiais de Cubatão descobriram o motorista Manuel de Almeida.
Este, em declarações tomadas por termo, afirmou que na sexta-feira, dia do acontecimento,
dirigia-se a São Vicente, em companhia de mais quatro ou cinco pessoas e viu Maria Teresa, ultrapassou seu veiculo e este bateu na muralha.
 Mas o delegado que então era titular da Delegacia de Sorocaba , descobriu que o carro que trafegava na Via Anchieta imediatamente atrás ao de Maria Teresa não era o de Manuel de Almeida, mas sim do motorista Milton Assuaga, daquela cidade, que se dirigia
para Sanlos levando quatro passageiros.
Todos afirmaram ter presenciado o acidente e declararam, ainda,
que viram uma pessoa "ao lado do veiculo, com alguma coisa na mão que parecia ser uma lanterna'", mas que poderia ser uma arma.
Um tempo depois de Milton Assuaca ter sido identificado, Manoel de Almeida havia dito a um amigo que foi gravado pela reportagem. que Maria Thereza não tinha se suicidado e sim, tinha sido assassinada de forma misteriosa.

O delegado Antonio Stransburg, de Cubatão, concluiu por homicídio e  acaba
por ser objeto de despacho final dos autoridades judiciarias de Santos.
O promotor publico José Salomão Aukar e o juiz de Direito
José Guy, colocaram um ponto final no mais rumoroso caso de policia
destes últimos tempos.