por José Marcio Castro Alves
4 de Fevereiro de 2016
Desde menino eu quis agradar aos mais velhos, sempre. Gostava de contentá-los com o que fosse possível, uma anedota, uma música. Sempre os respeitei e os procurei, os mais velhos. A roda deles é que me agradava.
Meus ídolos sempre foram eles, raramente os da minha idade. Nas coisas domésticas, nas festas, recebia elogios deles e me deleitava. Os mais novos que me respeitavam e ainda respeitam, também os trago na conta homens grandes.
Ainda hoje, quando faço qualquer coisa, penso neles, me dirijo a eles. Sinto-me feliz assim, mirando como alvo os maduros, nunca os bobinhos da puberdade, essa fase que vai dos dez aos quarenta anos.
O que me deixa triste é ver os mais velhos, as raposas mais sabidas, enganarem aos mais novos, fingindo que os amam, iludindo-os com lisonjas e tapinhas nas costas, com trejeitos de sábios num palco qualquer, nesses shows de “animar a festa”. Pela música que tocam e propalam, vemos claramente quem são os placebos e os diamantes.
O fato é que os jovens amam quem os odeiam e desprezam quem os amam de verdade. As raposas sabem disso e tiram partido. Ídolos de jovens que têm a minha idade podem enganá-los com as metáforas e malícias de sempre, como fizeram e fazem o tempo todo. O exemplo nítido são os “artistas da MPB”, as mesmas figurinhas que mamaram e mamam direta ou indiretamente nas benesses desses governos populistas e fascistas.
A trilha sonora deles é feia e pobre. Só os mais sensíveis percebem.